segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

palavras liquidas


A chuva já se pôs sob a colina
Vês, amor, nem tudo no meu peito
é água, mágoa...
Sabes,
acho que sempre estivemos perto -
como separados? -
foi a mesma hera que nos prendeu os pés
no tempo demorado da timidez
de enlaçarmos, de vez, os dedos.

Sei que tinha coisas tão bonitas
para te mostrar, sei.
Mas quando revolvo os bolsos,
Amor...

Sabes como a primeira visão do mar atordoa?
tão infinito, maré cheia maré vaza, tão nós.

Sempre foste o meu mar, amor
e eu rio entrecortando campos para te encontrar;
Como rio que sou, beberam de mim, regaram comigo,
usaram a minha força pra deslocar moinhos,
retiveram-me em barragens, fizeram de mim lagos,
como rio, como rio de pensar que me tentaram condicionar,
amor, mar,
mas ninguém prende um rio quando sente a foz,
o desejo terrível de desaguar, de se encontrar...

Minha foz, meu mar, meu amor.

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